Pesquisa inédita do Ministério do Turismo mostra setor de viagens empatado com indústria e agronegócio na percepção dos brasileiros em relação ao impacto da atividade para a economia
O turismo no Brasil tem contribuído significativamente para a geração de novos postos de trabalho e para a geração de renda da população. E esse impacto já é sentido pela população brasileira que elencou o setor de viagens como a segunda atividade econômica mais importante do país. Em primeiro lugar aparecem empatadas Tecnologia e Comércio com média 9 em uma escala de 0 a 10. Turismo aparece com média de 8,8 empatado com os setores da indústria e da agropecuária.
Os dados são de uma pesquisa inédita realizada pelo Ministério do Turismo que ouviu 2.029 mil pessoas em uma amostra representativa da opinião pública brasileira, em todas as Unidades da Federação. O estudo foi apresentado nesta segunda-feira (22.01), em Brasília.
“A pesquisa mostra o sentimento do brasileiro querer viajar pelo país e isso é importante para a construção de novas políticas públicas que ajudem a ampliar a capacidade do turismo de impulsionar a economia. As agências de viagens vão buscar informações nessa pesquisa para o seu planejamento, em termos de construção de novos produtos turísticos, de novas rotas turísticas, saber o que é o sentimento do mercado, o que o turista busca e, sem dúvida nenhuma, esse Verão agora que já começou vai ser o melhor Verão da história do Brasil”, ressaltou o ministro do Turismo, Celso Sabino.
Ainda de acordo com a pesquisa, o setor do turismo é percebido como importante em todos os atributos avaliados, como geração de emprego e renda (88%), economia do país (88%) e desenvolvimento regional (84%). Vale destacar que segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o turismo e a segunda atividade que mais emprega, atrás apenas da construção civil.
De cada 10 brasileiros, seis acreditam que o potencial de exploração do turismo como atividade econômica é alto ou muito alto no país. Além disso, para 79% dos entrevistados o turismo traz mais benefícios para os destinos do que prejuízos.
ESTÍMULO A VIAGENS – A fim de incentivar e facilitar a realização de viagens pelo país, o Ministério do Turismo lançou o Programa “Conheça o Brasil”, nas versões “Voando”, “Realiza” e “Cívico”.
A iniciativa engloba ações para a ampliação da conectividade e da mobilidade, com especial ênfase às localidades turísticas regionais; e o aumento do número de turistas nos destinos brasileiros, estimulando a abertura de negócios por prestadores de serviços turísticos e fomentando a competitividade do setor.
O programa também intensifica a geração de emprego e renda nas comunidades que recebem visitantes, promovendo, assim, um impacto positivo e sustentável no desenvolvimento econômico local.
METODOLOGIA – O levantamento “Tendências de Turismo” foi realizado pelo Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI). As entrevistas foram realizadas entre 07 e 11 de dezembro de 2023.
Ao todo, foram 2.029 entrevistas domiciliares com cidadãos a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação. A margem de erro no total da amostra é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. O levantamento traz recortes com quotas de sexo, idade, região, escolaridade e renda.
Dados da pesquisa
O turismo no Brasil é sinônimo de passeio, de lazer, de férias. Sentimentos idílicos ou de descanso e socialização. O brasileiro associa sol e praia diretamente com turismo. Natureza e ecoturismo ficam com a segunda colocação nos interesses por atrações turísticas em viagens pelo país. As belezas naturais aliadas com bons preços e a possibilidade de encontrar amigos e familiares os principais fatores que os brasileiros consideram para escolher seu destino turístico. Quando vão buscar informações sobre os destinos, as redes sociais (e em especial o Instagram) aparecem como principal fonte de consulta.
Quando olhamos quem não tem o costume de viajar, a opinião de amigos e familiares é mais relevante do que as redes sociais. Essa razão se inverte conforme a frequência de viagens aumenta. 69% dos brasileiros viajam ao menos uma vez por ano e essa viagem, em 70% das vezes, acontece em família. Carros próprios e ônibus são os meios de transporte mais utilizados pelos brasileiros enquanto o avião é citado como meio frequente para 23% das pessoas, somente. A maioria dos entrevistados afirmou preferir comprar suas passagens e hospedagens desvinculadas (sem pacote), mas os sites de empresas de viagens e lojas virtuais de agências de turismo ainda não as preferidas. 35% dos brasileiros escolhem ir à loja física da agência de viagens. Mesmo que as compras online apareçam com vantagem na soma (48% contra 33% do físico) esse é um aspecto de nota. 33% dos brasileiros que afirmam viajar a trabalho (19%), aproveitam para estender a estadia no local.
Férias de verão 37% dos brasileiros afirmam que vão fazer uma viagem até março de 2024. Essa será uma viagem de férias para 75% dos que responderam afirmativamente. O Brasil é o destino de 95% da amostra de viajantes. Nordeste é o campeão dos itinerários no próximo trimestre, enquanto São Paulo é o estado que sozinho receberá mais pessoas em viagens nos próximos três meses. 74% dos brasileiros afirmam que vão usar carro próprio ou ônibus como meio de transporte em seus deslocamentos. Avião foi citado por 23% dos entrevistados. A falta de recursos financeiros é o motivo principal entre os que afirmaram que não vão viajar e apenas 9% dos brasileiros deles próximos três meses tem alguma viagem a lazer marcada para os próximos 12 meses. Entre os que vão viajar nas férias de verão esse número cresce para 45%. Turismo no Brasil Rio de janeiro e Salvador são os destinos mais conhecidos. Salvador passa o Rio de Janeiro e fica em primeiro lugar em interesse de visitação, seguido de Fernando de Noronha.
Turismo e economia
O setor do turismo é visto como atividade muito importante para a economia brasileira, atrás somente de tecnologia e comércio. Essa é uma visão que não varia de forma significativa na maior parte dos atributos acompanhados nesta pesquisa (sexo, idade e renda). Já na divisão geográfica do Brasil nota-se na região Norte/Centro-Oeste o setor de turismo tem a menor nota, perdendo espaço para agropecuária, indústria, construção civil e transportes. O potencial para exploração do turismo como atividade econômica é percebido como alto ou muito alto por 6 entre 10 brasileiros. Essa visão é mais forte onde a renda é maior – 38% para quem recebe mais que 5 S.M e 20% para quem recebe até 1 S.M – e entre os que não possuem filhos.
A pesquisa também mostra que a exploração do turismo como atividade econômica é associada com benefícios para as cidades, mesmo quando alguns prejuízos apareçam. Essa é a opinião de 79% da amostra. Os maiores percentuais de “mais prejuízos que benefícios” e “somente prejuízos” estão nos clusters das pessoas com mais de 60 anos, com renda menor de 1 S.M e das regiões Nordeste e Norte/Centro-Oeste. A pesquisa mostra que o setor do turismo é percebido como importante em todos os atributos testados: geração de emprego e renda (88%), economia do país (88%) e desenvolvimento regional (84%).
Acesse AQUI a pesquisa completa.